Desde 1995, quando Daniel Goleman lançou o livro Inteligência Emocional, o conceito dessa expressão tem frequentado todas as discussões sobre o desempenho humano. As questões comportamentais levantadas pelou autor tornaram-se o principal tema do desenvolvimento profissional em quaisquer de suas abordagens.
Resumidamente, inteligência emocional (IE) é a capacidade de reconhecer suas próprias emoções e as de outros, discernir sentimentos e classificá-los, moldar o comportamento em função dessas informações e gerenciar as emoções ajustando-as para se adaptar ao ambiente ou atingir metas. O problema é que concentrar-se em identificar suas emoções, tentar entendê-las e compreender seus propósitos, gerar interpretações alternativas e produzir significados diversos, e escolher o melhor caminho de acordo com o seu objetivo pode ser uma longa jornada e demanda uma energia incalculável, gerando estresse. Além disso, a maestria desse processo requer repetição intensa.
Uma solução alternativa para o mesmo resultado pode ser obtida com a mudança de foco, o que comparativamente dispende pouca energia e tempo, gerando pouco estresse.
Por exemplo, quando um indivíduo se depara com uma crítica de seu superior, ao invés de focar-se na frustração produzida pela crítica e tentar adaptar esse sentimento, ele pode se focar nos fatos e nas percepções que levaram à crítica para identificar as expectativas e assim projetar seus esforços em direção à superação daquilo que dele é esperado.
O ponto-chave nessa abordagem é o fato de, ao nos focarmos nos fatores que podem ter gerado a crítica, eliminamos o aspecto ‘pessoal’, neutralizando nossa emoção sem esforço, sem estresse e sem longos e repetitivos treinos.
Em termos práticos, questione-se:
Qual é a relevância do resultado que eu produzo para o contexto em que me encontro?
Qual é o nível do meu desempenho nesse processo em comparação com as expectativas de resultado?
De que forma eu posso gerar resultados sensivelmente acima da expectativa?
Como eu posso tornar notório o meu desempenho nas soluções promovidas?
Tenha em mente que, no âmbito profissional, o propósito flui no sentido do dinheiro e do poder. Seu valor está na percepção que os outros têm dos seus resultados, não nos resultados em si, e o que importa pra você é que o seu objetivo seja atingido, não a maneira como você chegou lá.
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REFERÊNCIAS:
GOLEMAN, Daniel. Emotional Intelligence – why it can matter more than IQ. 10th Anniversary ed. Bantam Books, 2005.
CIALDINI, Robert B. Influence – science and practice. 5ª. ed. Pearson, 2009.
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