“⸻Sempre gostei de escrever como uma forma de extravasar o que estava preso em mim, mas, por um bom tempo, deixei essa atividade de lado. O texto a seguir foi uma tentativa de voltar ao velho hábito.”
(Beatriz Augusta Antunes de Jesus)
Hoje eu notei um passarinho, no telhado da estação. Era pequeno, com o rabinho arrebitado, parecia que ele era incapaz de abaixar aquele rabinho ou parar de ser fofo. Vi ele pular de telha em telha, sem conseguir desviar o olhar, até que a distância foi mais forte e o perdi de vista.
Imaginei o que aquele passarinho fofo fez depois de voar... Minha mente, um tanto infantil, imaginou cenários no estilo mágico da Disney: o passarinho, antes comum como todos os outros, ganhou uma gravata e uma maleta de trabalho; seus pulinhos fofos eram, na verdade, um sinal de impaciência, provavelmente porque, assim como eu, ele também estava atrasado para ir a algum lugar.
Mas diferente de mim, o Sr. Passarinho percebeu as próprias asas e, para sua própria surpresa, ele podia voar. Não precisava esperar nada e nem ninguém, muito menos correr para um trabalho que não gostava, até porque havia possibilidades muito mais interessantes por aí…
Beatriz Augusta Antunes de Jesus *
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* Beatriz é sagaz e sensível, dona de uma mente fértil, uma mão forte e ágil e um coração mais que lindo; escolhe seu destino com a frieza de um urso polar e é responsável por tudo aquilo que se disponha a fazer. É estudante de psicologia e diretora de operações, no Instituto Comunicagem.
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