Eu gosto de pensar que todos os mecanismos que operam em nossas mentes são importantes. Afinal, por que existiriam, se não fossem? Todas as crises são provenientes de incongruências ou desequilíbrios baseados em excessos ou negligências e que podem ser conscientes ou inconscientes.
Até o “mal julgado” julgamento tem sua utilidade em nossas vidas, como quando não há muito tempo disponível para obter mais informações e precisamos evitar riscos ou aproveitar oportunidades imediatamente, por exemplo.
Entretanto, cultivo a ideia de que toda forma de julgamento é uma reflexão subjetiva e, portanto, composta de uma boa porção de inverdades e uma outra parte de possibilidades não contempladas.
Outro dia, tive que encontrar referências que justificassem os argumentos de um trabalho acadêmico que afirmava que o sucesso no empreendedorismo digital é uma utopia. Em cerca de vinte artigos, encontrei prós e contras sobre a prática, tanto do ponto de vista do potencial de ganho pessoal, quanto dos impactos sociais.
Minha surpresa foi perceber que todos os argumentos que encontrei podiam ser usados tanto para validar, quanto para descreditar o empreendedorismo digital. Bastava apontar os dados para um aspecto específico e, voilà! Fazia todo sentido.
Justificar, ou seja, apontar evidências que validam ou descreditam algo ou alguém, não é uma questão de verdades e fatos, mas de com quais tendências interpretamos esses fatos e qual é a ideia que já compramos como verdade. Ou seja, justificar nada prova, nada estabelece... Apenas limita nossas possibilidades àquilo que determinamos.
Concentrar nossa presença e ampliar a consciência para perceber mais do momento e questionar tudo aquilo que nos vem à mente sobre o significado desse momento pode ser uma valiosa prática para eliminarmos essas barreiras, destituirmos os limites, enxergarmos mais oportunidades e tirarmos o melhor proveito de tudo aquilo que está ao nosso dispor, o tempo todo, em todos os lugares e contextos.
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