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  • Foto do escritorCássio C. Nogueira

Vamos falar sobre suicídio por um outro ponto de vista

ASSUMIR A RESPONSABILIDADE POR SI MESMO É O MELHOR ANTÍDOTO!


Imagine que a criança nasce e cresce sendo atendido quase todos os seus desejos e protegida de quase todas as ameaças da vida. A comida mais gostosa, o brinquedo mais legal, a festa mais bacana, a roupa mais maneira, liberdade pra fazer o que quiser, na hora que quiser e a maior das punições é ouvir as reclamações dos pais, quando seus atos os incomodam de alguma forma...


E imagine que, quando há o menor sinal de um problema, basta chamar esses mesmos pais e eles dão um jeito de eliminar qualquer ameaça, exigindo que os professores impeçam qualquer manifestação de bullying, que cedam ao ritmo e ao humor da criança, que mesmo os últimos colocados nas competições sejam premiados por mérito (ou até mesmo que não haja competições) e até mesmo que ataquem qualquer crítica à sua preciosa cria, mesmo que ela seja responsável por danos e incômodos aos outros...


Teremos, assim, um sujeito adulto dotado de poucos recursos pra lidar com os resultados indesejados e os eventos desagradáveis que eventualmente invadirão sua existência e que seus pais não mais serão capazes de evitar ou contornar. E como ele lidará com uma desilusão amorosa, com a perda de uma disputa por uma vaga na faculdade, com o constrangimento de uma demissão por desempenho insuficiente, com a falta de dinheiro pra suprir seus desejos, etc.?


“⸻Como assim, você não me ama?”

“⸻Como você me diz que eu não passei na prova?”

“⸻Quem são eles pra dizerem que eu não sirvo pra aquele trabalho?”

“⸻Por que é que eu não sou rico?”


Essas questões tão comuns entre nós e as pessoas ao nosso redor são evidências de certa falta de consciência da realidade que habitamos e da carga de julgamentos que carregamos em nossas percepções de quem somos, onde estamos, quem são os outros e o que podemos.


Acontece que a criança lá do início deste texto foi privada da possibilidade de entender seus desejos verdadeiros, fazer suas escolhas conscientemente, aprender a criar suas próprias oportunidades, lidar com as falhas de suas estratégias, adquirir conhecimento a partir delas e criar novas oportunidades, assumindo total responsabilidade por sua existência e por seus desejos.


Não aceitar sua condição, sentir-se inferiorizado, não ter o que deseja e não ser reconhecido como merecedor de seu direito produzirão um peso emocional que pode levar o sujeito a culpar terceiros por sua miséria, ficando, assim, preso em sua própria limitação de vítima, de incapaz, de indigno. Com o tempo, a incapacidade de mudar a situação pode levar à perda do sentido da vida, à perda de propósito e a dor pode se tornar tão insuportável que o sujeito não enxergará uma saída pra tanta dor e sofrimento.


Qual é a solução pra acabar com tudo isso, pensará ele? Nos casos mais extremos, a resposta pode ser: ‘acabar com a própria vida’.


Chocante pra você? Então, deixemos de pensar nas pessoas que podem vir a tentar o suicídio e pensemos na possibilidade de você pensar e tirar a sua própria vida... Será que eu despertei sua atenção, agora?


Pois todos nós podemos desenvolver essa condição se não pararmos um pouco pra dar atenção ao nosso presente. Ao adotarmos a postura consciente de quem somos, onde estamos neste exato momento e quais são as possibilidades ao nosso alcance, enxergamos diversas alternativas à situação que vivemos, seja um momento de dor, de angústia, de estagnação ou de vontade de mudança. Ao escolhermos um novo caminho e investirmos em nossa escolha, assumimos a responsabilidade por nosso próprio futuro e isso nos trará o sentido e o propósito pra seguirmos em frente, com o foco naquilo que queremos construir pro futuro.


Com essa postura e atitude, o pensamento de encerrar a vida não tem espaço pra existir. Pode ser que você precise de ajuda pra seguir esse caminho e tudo bem se precisar! Nada mais sábio que utilizar todos os recursos possíveis pra conseguir o que deseja! Então, procure um profissional qualificado e use e abuse das possibilidades que se abrirão à sua frente.



Não é sobre os outros, é sobre você!




Cássio C. Nogueira*



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